A prática de exercícios físicos ao ar livre, traz inúmeras vantagens para o corpo e a mente.

A prática de exercícios físicos ao ar livre, traz inúmeras vantagens para o corpo e a mente.
''Nossa história é uma história de domínio do intelecto sobre o corpo, do senhor sobre o escravo, do patrão sobre o trabalhador. Ou seja, sempre de separação entre o corpo e a mente. Vivemos de explorar nossos semelhantes e submeter o trabalho corporal ao intelecto". Freire, João Batista - De Corpo e Alma: o discurso da motricidade / São Paulo, 1.991, cap.I, pág.27.

Música

terça-feira, 8 de junho de 2010

O que é Lazer?

Clube Escola (Jd. São Paulo) - Momento do dia em que pessoas da 3º idade faziam a prática de alongamentos.

Segundo (Dumazedier, 1.976), è um conjunto de ocupações as quais o individuo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entre ter se, ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desenbaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais.
Posso definir o lazer como uma forma de utilizar o tempo, dedicando-se a uma atividade que se goste de fazer, o que não signifique é claro de ser sempre a mesma atividade, podendo assim ser entre tantas outras.

Temos vários tipos de lazer entre eles:

• Lazer Ativo: lazer em que o participante é receptor e emissor de estímulos.
• Lazer Passivo: Lazer em que o participante é unicamente receptor de estímulos.
• Lazer Esportivo: refere-se à prática de algum esporte de sua preferência.
• Lazer Espetáculo: seria todo aquele lazer relacionado com espetáculos, podemos distinguir esses como culturais, (teatro, cinema, ópera, circo e os desportivos).
• Lazer Noturno: se trata de todo o lazer associado ao período da noite, algumas atividades que se desenrolam em danceterias, bares, ou seja, em locais que tocam musica, não esquecendo que as bebidas são os centrais pilares.

Segundo (Camargo 1.947), as atividades de lazer são hedonísticas e prazerosas... o mais correto seria dizer que toda atividade de lazer, existe o principio de busca por prazer e que essa atividade inicie com esforço para obter um resultado de relaxamento...

Família também pode ser lazer, muitas pessoas encontram no reto familiar o prazer máximo de sua existência. Os pequenos gestos do cotidiano, as manifestações efetivas entre o parceiro e com os filhos.

Relações entre o Trabalho e o Lazer

Ação do Trabalho sobre o Lazer

Colocadas nesse contexto geral, as relações entre o trabalho e o lazer evoluíram e evoluem rapidamente numa direção e sob um ritmo ainda não muito definidos. Alguns estudiosos visando a caracterizar o modo de vida da sociedade em que vivemos, referem-se ainda a uma civilização do trabalho e outros já falam numa civilização do lazer. Para uns, o lazer reduz-se a um fenômeno complementar ou compensatório do trabalho desumano; para outros, o lazer é determinador e age sobre o próprio trabalho.

Ação do Lazer sobre o Trabalho

Preferimos analisar mais pormenorizadamente a ação do lazer sobre o trabalho, uma vez que foi ela menos estudada pela sociologia industrial do que a outra análise apresentada nas páginas anteriores. Essa lacuna, tanto no plano teórico quanto no prático, dificulta o conhecimento do problema geral, advindo da integração do lazer na civilização industrial e impede ainda o estudo científico da situação presente e futura da consciência social do trabalho, modificada pelo lazer através da expansão de seus aspectos práticos e das necessidades que determina. Ela poderá também fazer da sociologia do trabalho uma prisioneira de todos os tipos de ideologia” trabalhistas”, oriundas de uma época na qual o trabalho era quase a única atividade do operário.
Debates C.Sociais, Lazer Cultura Popular ,Dumazedier, Joffre, Editora Perspectiva S.A, 1973 – cap. 1, páginas, 93, 97 e 98.

Praça Silva Telles - Itaim Paulista

Depoimento do Dorisval, senhor de camisa branca, ele trabalha todos os dias sem folga, no período noturno (13 horas diária). Quando o mesmo chega em casa esta muito cansado, só pensa em descansar e dormir, após acordar é hora de fazer uma rápida refeição e logo já esta no horario de retornar ao trabalho. Somente nos feriados e nos domingos ele abre mão da sua hora de descanso, para ter um momento de lazer, como visto na imagem acima, é o seu único momento de descontração onde ele percebe que alivia o seu estresse do decorrer da semana, e de certa forma se diverte também com os amigos numa velha praça do bairro, jogando cartas e colocando o papo em dia, sendo assim para ele esse é o seu único momento de lazer e alegria, já que no seu trabalho é exigida uma postura de muita seriedade.

Em todas as atividades de lazer, pode existir um forte conteúdo de sociabilidade expresso no contato com os amigos, parentes, colegas de trabalho e bairro. (Camargo, Luiz)

Dimensão Procedimental, Conceitual e Atitudinal

Procedimental

O conteúdo procedimental é composto pelo conjunto de técnicas, habilidades ou procedimentos que devemos saber executar, ou seja, é um “saber fazer” (FREIRE, 1999). Em nossa área, muitas vezes se entende que o saber fazer a ser ensinado resume-se na execução de exercícios físicos e habilidades motoras, o que não é verdade, pois embora esses sejam procedimentos específicos da Educação Física e estejam presentes em todas ou em grande parte das aulas, outros procedimentos são ou poderão ser ensinados. Zabala (1998) explica que há diferentes tipos de procedimentos. Podem envolver um diversificado número de ações, ser algorítmicos ou heurísticos e, ainda, motores ou cognitivos. Assim, há na Educação Física um conjunto de conhecimentos procedimentais que não envolvem a execução de movimentos por parte dos alunos, mas sim outras formas de saber fazer que podem levar a uma outra relação com o movimento.
Vemos em Betti (1999), por exemplo, a discussão sobre a relação entre esporte, televisão e Educação Física escolar. Diante do impacto que a televisão tem no mundo atual e, conseqüentemente, para as aulas de Educação Física, o autor apresenta algumas propostas para que o professor utilize a televisão, trabalhando com a “mixagem” e depois em “estéreo”, procurando “um equilíbrio entre assistir e praticar esporte” (Betti, 1999, p. 225, grifo do autor). Assim, o estudante poderá vivenciar o esporte e apreciá-lo, seja pela transmissão televisiva, seja pelo acompanhamento de um evento esportivo diretamente em seu local de realização. Ensinar os alunos a apreciar o evento esportivo, por exemplo, implica que identifiquem o sistema tático empregado por cada equipe, os erros nesse sistema, as habilidades específicas de cada atleta, bem como os erros na execução dessas habilidades. Implica também ensinar a “identificar outros modelos de prática esportiva que não o hegemônico, a partir das contradições contidas no próprio discurso televisivo” (Betti, 1999, p. 224). Dessa forma, fica menos suscetível a informações erradas, confusas e mal-intencionadas de muitos “comentaristas esportivos”.
Alguns desses conhecimentos, que envolvem a identificação, a comparação e a criação de respostas ou sugestões para os problemas percebidos, são formas de procedimento aprendidas, por exemplo, por milhões de brasileiros que apreciam o futebol e que se julgam um pouco “técnicos” da modalidade. Esses e outros procedimentos, aplicados a diversas formas de manifestações culturais em que o movimento esteja presente, podem e devem ser ensinados nas aulas de Educação Física.
Para aprender essas duas formas de conteúdo procedimental, os conhecimentos da biomecânica podem ser relevantes. No primeiro caso, o aluno deverá perceber como aplicar os princípios da mecânica ao movimento para conseguir executar com o sucesso esperado determinado exercício físico ou habilidade motora. Portanto, o domínio da posição do corpo no espaço determinada pelas variáveis cinemáticas, assim como da força aplicada para manter a postura ou deslocar um implemento caracterizada pelas variáveis cinéticas, é essencial para a execução dos movimentos em geral. Por exemplo, a execução de um saque no voleibol exigirá dos alunos uma seqüência de movimentos envolvendo transferência de velocidade entre os segmentos e uma aplicação de força em um ângulo específico. Ao vivenciarem essa execução repetidas vezes, serão capazes de alcançar maior controle dessas variáveis, conseguindo determinar o local da quadra no qual a bola deverá cair.
Procedimentos não motores podem exigir também a compreensão e a aplicação de conhecimentos da biomecânica. A habilidade para identificar nos colegas ou em atletas erros cometidos durante a execução de uma habilidade motora envolve a percepção e a compreensão das variáveis mecânicas envolvidas em cada momento. É muito mais fácil identificar um erro quando se consegue dividir o movimento em suas diversas fases e se localizam seus elementos-chave e as variáveis mecânicas vinculadas a eles (CARR, 1998). Vejamos um erro no chute de futebol: a bola não está saindo com a potência necessária. O movimento divide-se nas seguintes fases: corrida preparatória, movimentos de balanceio para trás e colocação do pé de apoio, movimentos produtores de força e recuperação. Cada fase influencia a seguinte, e erros cometidos nas fases iniciais afetarão todas as demais. Em cada fase existem elementos-chave que definem seu sucesso. Por exemplo, na fase de produção de força deve ocorrer a transferência correta da força peso para o pé da frente, extensão do joelho da perna de chute, rotação do quadril etc. Cada um desses elementos-chave está vinculado a uma variável mecânica: transferência do peso – permite a contínua aplicação de força; extensão do joelho – permite uma maior velocidade linear do pé no chute; rotação do quadril – aplicação de força por mais tempo, isto é, maior impulso e assim por diante.
Se, ao corrigirem os alunos, os professores utilizarem esse tipo de análise, serão capazes de, mais rapidamente, resolver os erros, em vez de pedir diversas alterações sem ter base sólida para isso. Ao mostrarem seu raciocínio aos alunos, também permitirão que comecem a utilizá-lo em seu dia-a-dia para entenderem os erro de colegas ou de atletas em competições.

Conceitual

A dimensão conceitual é composta de fatos, princípios e conceitos que devem ser compreendidos, caracterizando um “saber sobre” ensinado na escola. Na Educação Física, esse conteúdo conceitual é composto de conhecimentos sobre o movimento (FREIRE, 1999). Considerando que o movimento envolve princípios da mecânica, compreender o movimento implica, com certeza, a compreensão de alguns princípios da biomecânica. Obviamente, esses conhecimentos devem ser significantes para os alunos, ou seja, só interessa a compreensão desses conhecimentos se houver uma aplicação à realidade do aluno.
Os conhecimentos da biomecânica estão diretamente relacionados com a física e, portanto, envolvem a articulação de conhecimentos aprendidos nesse outro componente curricular. Podemos ver, assim, um projeto multidisciplinar interessante, envolvendo a física ou ciências como a Educação Física. Não propomos aqui que a Educação Física passe a ser responsável por ensinar os conceitos da física, mas sim que os alunos compreendam como alguns desses conceitos aparecem na prática do movimento humano.
Em sala de aula, exemplos desses conceitos de movimento em que usualmente são empregados blocos apoiados em mesas, explicações mostrando a relação entre o tempo que um trem demora a encontrar outro ou até a trajetória de uma bala de canhão podem ser muito mais claramente vistos com movimentos esportivos. Assim, bons exemplos seriam mostrar o atrito da sola do tênis com diferentes superfícies, noções de diferenças de velocidade de bola ou a de projétil utilizando a trajetória parabólica de qualquer arremesso.

Atitudinal

Por conhecimentos de natureza atitudinal identificamos normas, valores e atitudes que o professor quer ensinar a seus alunos durante as aulas. Esse tipo de conhecimento tem sido relegado a segundo plano nos planejamentos elaborados pelos professores, mas, de forma implícita, está sempre presente no relacionamento interpessoal que acontece no ambiente de aprendizagem. A forma como esses conhecimentos aparecem na Educação Física ainda não foi suficientemente estudada. Freire, Soriano e de Santo (1998) propõem que essa dimensão está diretamente relacionada ao preparo do aluno “para” a utilização de seu potencial motor, o que implica valorizar essa prática e adotar atitudes adequadas, cumprindo normas básicas de segurança.
Sob essa perspectiva, podemos identificar uma dimensão atitudinal da biomecânica, procurando levar o aluno a valorizar a utilização dos conhecimentos aprendidos nas aulas para uma melhor compreensão de seu potencial motor, buscando uma prática consciente. Aparece claramente a ênfase na segurança do aluno, que poderá adotar uma atitude correta evitando sobrecargas e, conseqüentemente, lesões.