A prática de exercícios físicos ao ar livre, traz inúmeras vantagens para o corpo e a mente.

A prática de exercícios físicos ao ar livre, traz inúmeras vantagens para o corpo e a mente.
''Nossa história é uma história de domínio do intelecto sobre o corpo, do senhor sobre o escravo, do patrão sobre o trabalhador. Ou seja, sempre de separação entre o corpo e a mente. Vivemos de explorar nossos semelhantes e submeter o trabalho corporal ao intelecto". Freire, João Batista - De Corpo e Alma: o discurso da motricidade / São Paulo, 1.991, cap.I, pág.27.

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quarta-feira, 10 de março de 2010

HIGIENISMO

Higienismo

O higienismo é uma doutrina que nasce com o liberalismo, na primeira metade do século XIX quando os governantes começam a dar maior atenção à saúde dos habitantes das cidades. Considerava-se que a doença era um fenômeno social que abarcava todos os aspectos da vida humana. A necessidade de manter determinadas condições de salubridade no ambiente da cidade mediante a instalação de adução e tratamento da água, esgotos, iluminação nas ruas, e assim poder controlar as epidemias foram dando forma a esta corrente, que se baseava no novo princípio de "rentabilidade" [para reorientar] os valores atribuídos à comida, às bebidas, ao ar respirado no trabalho e no descanso, à limpeza do corpo que necessita deixar penetrar o oxigênio pela pele.

Origem

Até o início do século XIX as condições de superlotação dos domicílios urbanos e a pobreza que afetava grande parte da população das cidades provocavam epidemias agravadas pela desnutrição. Os médicos começaram a denunciar as condições de vida como causa principal das enfermidades.
Em Viena, o médico J.P. Frank publicou A miséria do povo, mãe de enfermidades, obra que teve grande repercussão e provocou a adesão de outros médicos, que contribuíram para introduzir o higienismo na medicina, visando erradicar doenças como o cólera e a febre amarela.

Desenvolvimento

Até 1850 houve apenas algumas tentativas individuais, sobretudo de médicos, de cuidar da saúde da população urbana. Buscava-se a origem das doenças em fatores ambientais. Era necessário proteger três elementos básicos: o ar, a água e o sol. Imaginava-se que em quantidade e qualidade adequadas, esses elementos poderiam afastar os "miasmas", como se chamavam então os "vapores ou organismos malignos" que, segundo se acreditava, desprendiam-se dos corpos dos enfermos ou das sustâncias em decomposição, minando a saúde dos habitantes das cidades.
Assim o poder público passou a adotar algumas estratégias como aterrar os charcos e afastar indústrias, matadouros e cemitérios das áreas centrais da cidade.
Posteriormente, o movimento estendeu-se também à esfera privada, proclamando-se a necessidade de instalar sanitários nas casas, regulamentando-se a altura mínima dos tetos e as condições de ventilação natural dos ambientes, recomendando-se também a limpeza periódica das casas. A prostituição, considerada até então como um fenômeno moral, começa a ser estudado em seus aspectos patológicos, por sua relação com as doenças venéreas.
Logo, a partir das pesquisas de Koch e principalmente de Pasteur, descobriu-se que a verdadeira causa das doenças estava relacionado a microorganismos e não a emanações de sustâncias em decomposição, e a higiene passa a ser uma questão social. As novas teorias fornecem uma base propriamente científica ao higienismo. Começa a ser feita a análise bacteriológica e o tratamento da água com cloro. Instalam-se redes de esgotos, os banheiros públicos, faz-se a coleta de lixo, utilizam-se as escarradeiras contra a tuberculose, entre outras medidas de profilaxia.
As teorias higienistas tiveram grande influência sobre o urbanismo numa época em que as cidades se industrializavam; muitos arquitetos, urbanistas e governantes, como Rambuteau e o barão Haussmann em Paris, aderiram às novas teses. Tratava-se sobretudo de abrir as cidades intra muros.

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